Uma comunidade onde se ganha voz
“Eu era muito tímida e incapaz de falar em público. As reuniões obrigaram-me a falar e a exprimir as minhas ideias”. Estas são palavras de Cristina Cipriano Pacheco, uma das mulheres que beneficiou das formações promovidas pelo Mosaiko através do Núcleo Dinamizador dos Direitos Humanos do Cubal. Ele é o coração da cidade onde pulsa a o resultado da parceria que estabeleceu com o Mosaiko. É por meio dele que o Instituto para a Cidadania organiza e leva a cabo os módulos da formação “Educação para a Transformação” no Cubal, conhecimentos que influenciam posteriormente o o resultado do trabalho comunitário.
O entusiasmo dos participantes que formam uma roda sentados no pátio da sede do Núcleo é visível no desfiar de histórias que revelam o processo de transformação. “As visitas que o Mosaiko nos faz dão-nos aquela força!”, exclama Cristina, 41 anos.
As mulheres estão em minoria no grupo comunitário do Cubal, mas nem por isso menos motivadas. São provavelmente as beneficiárias a quem a formação mais transformação trouxe. “Eu não sabia nada de direitos humanos, achava que eram com o Governo e depois percebi que era mesmo para a nossa segurança. Fui convidada pela minha igreja católica para a formação e, depois dela, descobri o Núcleo Dinamizador dos Direitos Humanos do Cubal, que defende as pessoas. Agora sou membro. Foram as primeiras informações que recebi para poder defender-me.”, diz Teresa de Morais, 28 anos, mãe de uma filha.
“Com esses conhecimentos eu hoje sou capaz de movimentar a minha vida com os meus quatro filhos. Não espero mais opiniões de ninguém. Foi por causa da formação e de alterações que se deram na minha mente”, diz Teresa Delfina Tomé, 29 anos, enfermeira. “Ganhei confiança”, conclui.
A capacitação desta comunidade promovida pelo Mosaiko deixou uma marca forte e sede de mais. A prová-lo está a disseminação que os formandos fazem dos conhecimentos adquiridos e que exprimem de forma inequívoca: “Agora já sei que posso resolver as minhas questões aqui, estamos a aprender. E já sou capaz de aconselhar os outros. Os problemas são comuns a todos, com as formações que estamos a fazer temos de fazer que o país seja mais brilhante”, remata Teresa de Morais.
Esta parceria e formação faz parte do projecto “Promoção da Advocacia de Políticas Públicas Inclusivas em Angola” da responsabilidade do Mosaiko e da FEC – Fundação Fé e Cooperação, com o apoio da União Europeia e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
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