Angola: projeto MA TUNINGI incentiva reflexão e ação sobre questões de género
Na primeira semana de maio, o projeto MA TUNINGI promoveu diversas atividades focadas na reflexão sobre questões de género, que incluíram sessões de trabalho e debates envolvendo homens e mulheres da comunidade onde o projeto atua, em Moçâmedes, Angola.
O projeto promoveu encontros específicos com grupos de mulheres para promover o diálogo e a troca de experiências entre beneficiárias, bem como a capacitação da equipa técnica do projeto, proporcionando-lhes ferramentas mais eficazes para abordar esta temática no trabalho do dia a dia com as comunidades.
Durante 5 dias de trabalho com a equipa de consultores, que colabora com o projeto há vários meses, foi visível o interesse dos participantes sobre o tema, destacando-se a sobrecarga de trabalho cultural e socialmente atribuída às mulheres, que é desproporcional e faz com que, por vezes, realizem uma dupla ou tripla jornada, acumulando o trabalho no campo com a comercialização de produtos nos mercados mais próximos, tarefas domésticas e cuidadoras dos filhos, maridos e restante família.
Outro ponto crucial abordado foi a dificuldade das mulheres em terem voz ativa dentro das comunidades e das cooperativas agrícolas onde pertencem: poucas mulheres ocupam posições de liderança, com os homens a assumir este papel. No entanto, as mulheres referiram já pequenas mudanças de comportamento por parte dos homens que, por exemplo, começaram a trazer as esposas para os encontros da sua cooperativa, ou, como relatou Feliciana, da cooperativa Lhavakama, o marido que “já fez o fogo à noite para cozinhar e eu não ter esse trabalho”.
O trabalho desenvolvido pelo projeto na temática de género, com o apoio da equipa de consultores, conta já com a elaboração de um estudo sobre o papel da mulher na cadeia de valor e de um plano de empoderamento da mulher que está já a ser implementado.
O projeto MA TUNINGI é uma ação integrada no Programa FRESAN – Fortalecimento da Resiliencia e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, financiada pela União Europeia e parcialmente gerida pelo Camões, I.P. que pretende contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional no Cunene, Huíla e Namibe.
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