História de Vida 3

Partir em missão era um dos maiores sonhos da minha vida, após terminar a licenciatura em Serviço Social, senti que chegara a hora de partir rumo a África. Muitas foram as vozes que tentaram desvanecer este chamamento, diziam “Há tanto para fazer cá!”, “Porque tens de ir para fora?!” Mas quando a voz de Deus chama, emudece todas as outras e sabes qual é o caminho que tens a seguir. Em 2015 integrei o grupo Missionário Ondjoyetu, da diocese de Leiria-Fátima e comecei a fazer a preparação para poder partir para Angola. Assim que comecei a fazer formação, fui ouvindo os relatos maravilhosos das passagens por Angola e à medida que ia ouvindo, ia crescendo em mim, ainda mais, o entusiasmo e a vontade de partir! Eis que neste percurso, surge um novo desafio: formações da FEC, vamos lá! Nestas formações encontrei missionários de vários pontos do país, todos comungávamos da mesma vontade de servir além-fronteiras, isso tornou cada encontro marcante. Alguns de nós tinham a certeza de que queriam partir, outros estavam mais reticentes, as formações serviram para clarificar se a vontade era intrínseca ou não. As vivências nestes encontros foram muito marcantes e pertinentes na estruturação de quem quer partir rumo ao desconhecido. Foi num destes encontros que tomei uma decisão muito importante e muito correta, já não ia partir por 3 meses mas sim por 6. A coragem desta escolha adveio das inúmeras partilhas que fui ouvindo dos missionários dos 4 cantos do mundo com quem tive oportunidade de me cruzar nestes encontros.

Hoje sinto-me grata por o meu caminho se ter cruzado com o caminho de tantos outros missionários, uns que como eu, se preparavam para partir e tantos outros que já partiram e que nos encorajaram a ir atrás do chamamento de Deus sem medos nem receios do que viria pela frente. Foram várias as vezes que no terreno me recordei daquilo que fui aprendendo com a FEC e me revi nos problemas que outros missionários também tiveram e percebi que não seriam problemas tão graves assim. Também tive oportunidade de experienciar os milagres que acontecem na missão e que todos enunciavam, foram 6 meses incríveis que marcarão a minha vida inteira. Mas as surpresas não se ficaram por aqui, depois de regressar e passar pelo período de readaptação, o mais difícil de todos para mim, algo que também já tinha ouvido outros missionários partilharem durante a formação, comecei por procurar trabalho na minha área, difícil! Até que, no dia em que é publicado um testemunho da minha missão, pedido pela FEC, surge um telefonema que me fez ingressar no mercado de trabalho. Ser missionária KUIA! A missão, por agora, continua cá, partilhando o testemunho e despertando a chama a outras almas missionárias! Muito obrigada FEC, bem-haja a todos vós.”