Fotojornalismo
Fotojornalismo
Este Luso Fonias é dedicado ao fotojornalismo e à importância que uma boa fotografia pode ter para denunciar injustiças sociais. O convidado deste programa, Mário Cruz, ganhou este ano o primeiro prémio de Temas Contemporâneos do World Press Photo, o concurso de fotojornalismo mais importante do mundo. Procuramos conhecer melhor a reportagem que lhe valeu este prémio, que mostrava a escravatura e exploração de crianças no Senegal e na Guiné-Bissau.
Na opinião do P. Tony Neves – ‘Fotos com sabor a Missão’
“Uma imagem vale mais que mil palavras? Talvez não, embora seja comum dizer-se que sim. Mas a verdade é que o fotojornalismo é tarefa de alto risco e de grande valor noticioso.
Hoje custa-nos muito a ler. E, se forem grandes textos, o risco de ninguém lhe passar os olhos em cima é enorme. Mas uma foto tem um impacto imediato. Ela contém uma quantidade enorme de mensagens a transmitir e sentimentos a provocar.
Nas minhas visitas missionárias, nunca consigo sair de casa sem levar a minha máquina fotográfica. Discretamente – até porque muitos espaços o exigem ou aconselhem -,lá vou eu disparando á esquerda e á direita, sempre na perspetiva de gravar imagens que falem da situação ou evento em que estou presente e participante.
Ano após ano, não perco a exposição que, em Lisboa, mostra as fotos jornalísticas premiadas pela ‘World Press Photo’. Esta espécie de concurso, premeia as fotos que apareceram durante o último ano em revistas e jornais. São variados os temas, mas as fotos vencedoras mostram, nos últimos anos, situações de guerra, violência ou calamidade natural. Isto só para dizer que, infelizmente, o mal continua a vencer o bem por esse mundo fora e há situações dramáticas de pessoas e povos a sofrer na pele os horrores de guerras e violências desmedidas e sem fim á vista. Também aqui, as fotos dos jornalistas mostram a crueldade (noutros casos, a beleza) das situações que marcam a atualidade.
Com o avançar das tecnologias da informação, a circulação de imagens é quase instantânea. Mas a verdade é que ninguém mata a importância de gravar história, através de fotos, em meios de comunicação social impressos, onde há garantia de mais perenidade. As redes sociais esquecem uma foto um ou dois dias depois; as revistas, jornais e livros impressos podem garantir um tempo mais prolongado para que as fotografias sejam mais vistas e analisadas nas mensagens que transmitem e nas emoções que provoca.
Fazer fotografias nas linhas de frente de uma guerra, num acontecimento de extrema violência ou num pais sem liberdade de expressão…torna-se, para o fotojornalista, uma missão de alto risco. Há, por isso, que os defender. É importante criar mecanismos sérios de ataque a quem mata, prende ou impede o exercício livre do fotojornalismo.
Estou muito grato a quem, com imagens, mostra o mundo, no seu melhor e no seu pior. Não desistam de estar e mostrar o que se passa nos quatro cantos do mundo.”
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