Brasil
Dia da Independência do Brasil
Este Luso Fonias é dedicado ao Brasil, que comemorou no passado dia 7 o seu dia da independência. Depois de vários anos de crescimento económico, e ainda embalado pela euforia da organização de grandes eventos desportivos, como os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol, o Brasil depara-se hoje com uma crise económica e política. Para conhecermos melhor a situação atual do Brasil contamos com o testemunho de Adriana Dihl Moraes, presidente da Associação Mais Brasil, que nos fala sobre o Brasil de hoje e também sobre a comunidade brasileira que mora na região Norte de Portugal.
Na opinião do P. Tony Neves – ‘Cuidar da casa de todos’
“Uma das imagens que guardo do Brasil é o ‘mar verde’ da floresta amazónica, atravessada e alimentada pelo grande Rio e seus inúmeros braços. Talvez seja ali o lugar do mundo onde se joga mais a sério o futuro da terra, constituindo um grito por mais respeito, mais sentido ecológico.
A 1 de Setembro, o mundo cristão rezou pelo cuidado do dom da Criação. É uma iniciativa ortodoxa a que o Papa Francisco se associou este ano. A este pretexto, foi publicada na Europa uma declaração conjunta do Conselho Europeu da Conferência de Bispos (Católicos) e da Conferência das Igrejas Europeias (Protestantes e Ortodoxos). Escreveram: ‘Respeito, apreço e contemplação da Criação são preocupações comuns das Igrejas que por ocasião do Dia da Criação apelam a orações comuns e ao fortalecimento do trabalho ecuménico de cuidado da Criação’.
Dizem mais: ‘De acordo com o Evangelho, a responsabilidade pelo meio ambiente nunca poderá ser separada da responsabilidade por outros seres humanos: pelo nosso vizinho, pelo pobre, pelos esquecidos, todos num verdadeiro espírito de solidariedade e amor. Respeitar a Criação significa não apenas protecção e salvaguarda da terra, água e outras partes do mundo natural. É também ao mesmo tempo expressar respeito pelos seres humanos que partilham esses dons e assumir responsabilidades com eles’.
A terminar há um apelo para que todos os cristãos enfrentem os desafios urgentes da degradação ambiental e das mudanças climáticas. É referida a carta encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’ sobre o cuidado pela casa comum. O Papa propõe uma reflexão sobre a ecologia vista de uma forma integral: há que respeitar a natureza, mas também amar os pobres.
É louvável o caminho já feito quanto ao respeito que a mãe natureza nos merece. Mas o caminho a percorrer é ainda muito longo. E nunca nos podemos esquecer desta proposta da Papa Francisco de associar á clássica ecologia (que apenas olha para a natureza) o amor às pessoas que foram atiradas para as periferias e margens da história, tornando-se figuras descartáveis do nosso mundo. Há que tomar a sério o que disse o lendário Arcebispo de Olinda e Recife, no nordeste do Brasil: ‘as pessoas são pesadas demais para serem levadas aos ombros. Eu levo-as no coração’. Fiquemos com estas palavras sábias e santas de D. Hélder Câmara.”