Direitos Humanos
Direitos Humanos
Este Luso Fonias é dedicado aos Direitos Humanos. Neste dia 10 de Dezembro assinala-se o dia emque a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e por isso este dia tornou-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Contamos com o testemunho de Luís Filipe Guerra, porta-voz do Observatório dos Direitos Humanos, uma parceria entre várias associações que tem como missão monitorizar o cumprimento destes direitos em Portugal e investigar denúncias de violações dos direitos humanos.
Na opinião do P. Tony Neves – ‘Direitos Humanos, pois claro!’
“O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo traz sempre um grande amargo de boca a quem lê. Continua a ser tristíssima a situação de milhões de crentes por esse mundo além, sem que se perceba qualquer movimento dos países mais poderosos para pôr cobro a esta violação frontal dos direitos humanos. As críticas que chegam de Bispos e Missionários no Iraque, na Síria e no Sudão do Sul são preocupantes.
Falar de direitos humanos implica olhar de frente para quem não tem alimentação razoável, para os que não acedem a uma educação mínima, os que vivem em condições de habitação deplorável, os que não podem professar livremente a sua Fé, os que não têm trabalho em condições dignas e com salário justo, os que não podem dizer alto ou escrever o que sentem, os que não têm autorização para contestar ordens estabelecidas e decisões governativas que atentam contra a dignidade das pessoas. Enfim, são estas e outras situações, ainda tão comuns por esse mundo além, que este dia 10 de Dezembro quer contestar.
Mas não basta demolir, protestar, deitar abaixo. Há que construir, apelar para o património vivo de solidariedade, justiça, paz e fraternidade. Há tanto caminho aberto em direcção ao respeito e vivência dos mais elementares direitos humanos, o que imprime uma marca positiva na história da humanidade.
Não podemos falar de direitos sem apresentar os deveres correspondentes. Há muita gente que não alinha na exigência desta correlação, mas eu estou convencido de que, quando só olhamos aos direitos que achamos ter, esquecemo-nos, com frequência dos nossos deveres e dos direitos dos outros. Muito mundo melhor estaria já construído se todos os habitantes da terra, ao longo dos séculos, tivessem arregaçado as mangas e trabalhado por mais justiça e solidariedade. Há, nesta ligação direitos-deveres muito preconceito a derrubar e muito futuro a construir.
A consciência de cada pessoa é um santuário que ninguém tem o direito de violar. Bem formadas, as consciências são espaço de liberdade, de coerência, de bem-fazer. Por isso, quando certos governos se acham no direito de controlar a liberdade de consciência e de mutilar a liberdade de expressão, as pessoas vêem a sua dignidade calcada aos pés, perde-se a confiança na autoridade e abrem-se tempos de mentira e perseguição. Ninguém ganha, nem sequer aqueles que instituíram este procedimento de terror à procura de benefícios próprios!
Celebrar o Dia Mundial dos Direitos Humanos é um exercício de cidadania responsável. Nada deve ficar como dantes. Tem de haver uma consciência mais límpida do bem que fazemos a cada humano quando o ajudamos a ser mais livre e participativo na construção de uma terra de todos. Ah, se os déspotas deste mundo percebessem isto!!! É caso para citar Jesus e dizer: ‘Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem!’.”


