Natal
Natal
Este Luso Fonias é um programa especial de Natal, com a participação das nossas rádios parceiras da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe e do Vaticano, e também com um testemunho muito especial que nos chega das terras do Curdistão Iraquiano.
Na opinião do P. Tony Neves – ‘Natal, tempo de colecção ou de Vida?’
“Dizem que S. Francisco foi o primeiro a tentar ilustrar, de forma plástica, como teria sido o primeiro Natal. As figuras centrais eram fáceis de escolher, mas o ambiente de curral e manjedoura, as visitas e adoração de pastores e magos, os presentes destes…enfim, muito poderia ficar dependente da criatividade e sensibilidade de quem preparasse o presépio.
Ao longo dos séculos, o Presépio tornou-se espaço de evangelização e podemos encontrar, em todos os povos e culturas, expressões desta noite de Natal. É inspirador visitar museus ou simples coleccionadores de presépios para fazer uma viagem no tempo e ir até Belém assistir ao primeiro Natal.
A história da Arte já regista grandes momentos de cultura, com escritores, pintores e escultores a mostrar ao mundo, com todo o seu engenho e talento, presépios. Em Portugal, vale a pena dar uma volta por algumas grandes Igrejas para ver a beleza barroca dos presépios da Escola Machado de Castro. E dou apenas um exemplo, um bom exemplo.
Conheço diversas pessoas que coleccionam presépios. Como estamos num tempo em que muita gente circula por esse mundo além, os coleccionadores tentam convencer os seus amigos a trazerem sempre na bagagem um ou mais presépios. E assim aumenta a colecção em quantidade, qualidade e diversidade, com Cristos de todas as cores, raças e expressões artísticas. Quando entramos na casa de um coleccionador ficamos com a impressão que se abriram as portas de um museu que nos faz andar dois mil anos na roda do tempo e nos leva direitinhos á lapinha onde Maria deu á luz o seu Filho único. Também percebemos logo que o presépio deixou de ser um conjunto de peças de armário que saem à luz e ao pó apenas em Dezembro para lá regressarem em Janeiro! Nesta ‘exposições’ improvisadas, o Nascimento de Cristo ganha direito de cidadania e fica todo o ano como elemento de decoração, de estética e de evangelização, pois não se pode ficar indiferente a cenas como a do Natal.
Claro que para nós, cristãos, o Presépio não pode apenas ser objecto de cultura e estética. Também não deve evocar apenas acontecimentos de há dois milénios sem impactos nos tempos que correm. Há Natal quando o Deus da justiça, da paz e do amor habita no coração da humanidade. Sem esta dimensão, o tempo do natal torna-se mais um momento que aponta para o consumismo que arrasa as nossas vidas, as atafulha de coisas sem grande valor e impede que vivamos segundo o essencial.
Desejo um Santo e Feliz Natal onde nasça nos corações o Menino de Belém, portador da Paz e do Amor que faz do mundo um espaço onde a felicidade é para todos, sem excepção.”