Perspectivas para 2017
Perspectivas para 2017
Neste Luso Fonias damos as boas-vindas a 2017. Contamos com o jornalista Octávio Carmo, da Agência Ecclesia, que nos apresenta os principais acontecimentos da Igreja neste ano.
Na opinião do P. Tony Neves – ‘50 Dias de Paz’
“Paulo VI decidiu instituir o Dia Mundial da Paz em 1968. Dois anos antes, o Papa pedira que o mundo dedicasse um dia especial à paz e apontou para o primeiro do ano civil. Na Solenidade da Imaculada Conceição de 1967, publicou a primeira Mensagem… A de 2017 é a 50! São as bodas de ouro de um acontecimento que nunca foi tão actual e urgente como é hoje.
Um ‘passeio’ por estas 50 Mensagens permite pôr o coração a bater ao ritmo do mundo e a perceber os desafios que, ano após ano, os Papas quiseram enfrentar. Vejamos alguns dos temas mais quentes: logo em 1969 a focagem foi para os direitos humanos como exigência de paz. Depois surgiram temáticas candentes como a educação, a reconciliação, o desarmamento, a liberdade, o diálogo, o desenvolvimento, a solidariedade, a liberdade religiosa, o respeito das minorias, a justiça, a comunhão, a família, o perdão, a misericórdia… Trata-se de valores que são património da humanidade e estão, de uma forma mais ou menos explícita, gravados nas páginas dos Evangelhos. Assim, tornam-se exigência de prática para quantos se identificam com os ideais cristãos.
Celebrar os 50 anos da instituição do Dia Mundial da paz é uma enorme responsabilidade para todos os humanos. O dia 1 de Janeiro abre o ano cristão e aponta caminhos de fraternidade universal. Paulo VI, J. Paulo II, Bento XVI e Francisco têm dado ao mundo reflexões muito sérias e profundas que não nos permitem ficar indiferentes, pois beliscam a consciência da humanidade.
O Papa Francisco, na Mensagem 50, a de 2017, aponta as baterias para um tema candente: ‘A não-violência: estilo de uma política para a Paz’. O Papa Francisco tem repetido que o mundo vive a ‘3ª Guerra Mundial aos pedaços’, com tantos focos de violência espalhados pela face da terra. Por isso, o caminho da paz é o da não-violência, pois não há alternativa que lhe vença. Há que agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo aqueles que parecem intransitáveis.
A ‘não violência’, entendida como método político, pode constituir um meio realista para superar os conflitos armados. Há que saber negociar, cedendo no que não viole nem a consciência nem os direitos humanos.
Nenhum país pode ficar indiferente às tragédias que vitimam outros povos. Ninguém se deve sentir no direito de comercializar armas que vão matar inocentes. O tráfico de armas é quem sustenta boa parte dos conflitos e constitui um flagelo mundial.
Desejo a todos um 2017 cheio de Paz.”