Histórias de Mudança – Christophe Nothomb – GASAP
Christophe Nothomb
Rede GASAP – Groupe d’Achat Solidaire de l’Agriculture Paysanne – Grupo de Compras Solidárias de Agricultura Camponesa
Repensar o consumo para um sistema alimentar mais justo, saudável e sustentável
Podemos sempre fazer alguma coisa para contribuir para a mudança que queremos ver no mundo. Por exemplo, na forma como consumimos os nossos alimentos. Christophe Nothomb, conta-nos a sua experiência em coordenar uma rede solidária de grupos de consumidores, ou compradores – como se autonominam, em Bruxelas (Réseau des GASAP) e como esta história de mudança inspiradora nos desafia a questionar os nosso padrões de consumo.
Uma das coisas que sempre intrigou Christophe Nothomb, é a quantidade de escolha que temos todos os dias quando vamos a uma loja ou supermercado. Sabemos que não é a realidade de todos no mundo, e “é perturbador ver [como] uma quantidade terrível de resíduos é [muitas vezes] produzida”. A forma como consumimos e produzimos a nossa comida hoje na Europa, observa Christophe, não é sustentável. Mas existem várias maneiras de nós, cidadãos, agirmos para reverter estas inclinações, ao mesmo tempo em que fomentamos a solidariedade e o cuidado com o meio ambiente.
O rede GASAP (Groupe d’Achat Solidaire de l’Agriculture Paysanne – Grupo de Compras Solidárias de Agricultura Camponesa) é um grupo de compra solidário, que procura criar ligação entre produtores e consumidores numa relação de apoio e compromisso mútuos. Geralmente é um grupo de vizinhos, entre 15 a 25 pessoas, que se compromete a comprar parte da produção de um agricultor biológico local. Enquanto o agricultor local providencia alimentos cultivados de forma sustentável através de métodos biológicos e agroecológicos, os consumidores asseguram que o agricultor obtém uma receita sustentável (estável e conveninente) para a sua produção. A iniciativa também permite que interações valiosas e significativas aconteçam, à medida que os membros do grupo se organizam, partilham dicas, receitas e informações e promovem a comunidade. “Também aumenta a nossa consciência sobre a realidade dos produtores, que muitas vezes é difícil, e faz nos perceber que podemos ter um impacto real na sua qualidade”, acrescenta Christophe.
Quando pensa em como a sua participação num GASAP e na coordenação da rede o transformaram, Christophe sublinha que, como indivíduo, se tornou mais consciente do impacto real das suas escolhas, tanto no ambiente como naqueles que produzem os nossos alimentos. “Fez-me perceber o quão importante é olhar para onde são produzidos os alimentos, como são produzidos e qual é a pegada ecológica que deixam no meio ambiente; já não compro as coisas da mesma maneira”.
Uma alternativa é possível. O primeiro GASAP foi lançado em Bruxelas há cerca de 10 anos, em 2006. Hoje existem mais de 90 grupos de compra solidários espalhados por toda a cidade. “Vemos que os grupos se vão difundindo lentamente, seguindo um tipo de efeito bola de neve, que faz parte de um movimento global e diversificado com diferentes iniciativas e propostas para sistemas alternativos de produção e abastecimento de alimentos”.
Confrontarmo-nos com a realidade dos produtores e assumirmos o risco de mudar os nossos hábitos individuais no que se referem à alimentação, ajuda-nos a perceber o verdadeiro poder que temos nas nossas mãos. Poder esse que, como cidadãos, nos permite reunir, organizar e assim contribuir para mudar a trajectória do mundo.
Descubra mais sobre a rede GASAP em: www.gasap.be
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