O compromisso dos jovens católicos na COP 24 lança a esperança pela justiça climática e os direitos humanos

3 Jan, 2019

Por  CIDSE, Caritas Internationalis, MCGC
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Delegados católicos no dia espiritual em Katowice na COP24

Delegados católicos no dia espiritual em Katowice na COP24

Um grande grupo de jovens voluntários católicos congregou-se lateralmente às negociações das NU sobre o clima para desenvolver as suas próprias respostas à crise do clima.

Instituições católicas globais de grande relevo convocaram um encontro internacional de activistas católicos coincidindo com as conversações das NU sobre o clima, na Polónia. O encontro explorou histórias pessoais das linhas da frente da crise climática e trouxe uma resposta católica dos participantes. À Caritas Internationalis e à Arquidiocese de Katowice, onde as conversações tiveram lugar, juntaram-se na convocação do evento a Caritas da Polónia, os Franciscanos Internacionais, e o Movimento Católico Global pelo Clima

Oradores da linha da frente da crise incluíram Mercy Chirambo, Livelihoods and Climate Adaptation Officer no CADECOM (Caritas Malawi). O Malawi está em risco de inundações e secas severas devido às alterações climáticas. Chirambo referiu “tal como os lideres das Nações Unidas se reúnem, é também importante que nós os católicos nos encontremos. São as nossas vidas que estão em risco quando o mundo aquece. A nossa fé ensina-nos a cuidar uns pelos outros e isto também se aplica às alterações climáticas.”

Chiara Martinelli, Conselheira Executiva do CIDSE e uma das organizadoras do encontro disse “Tantos jovens se juntaram hoje, renovando a esperança no movimento pelo clima. O seu compromisso mostra que todos podemos ser agentes de mudança nas nossas próprias vidas e fazer a diferença começando pelas nossas comunidades. Os católicos estão a vencer a distância na luta pela justiça climática; eles juntam a sua força a partir do amor pela Terra, uns pelos outros e da certeza que estão a fazer o que é correcto.”

Uma Missa e um encontro com o Arcbispo de Katowice, Msgr. Wiktor Paweł Skworc, fizeram parte do programa e motivaram os voluntários, criando uma ligação com a igreja local. Depois de renovar o seu compromisso de fé, os participantes ouviram as histórias uns dos outros, partilharam as suas experiências de “conversão ecológica” e fizeram compromissos concretos para um estilo de vida sustentável e uma justiça climática.

Delegados católicos à COP24 com o Arcebispo de Katowice; © Rosie Heaton

Delegados católicos à COP24 com o Arcebispo de Katowice; © Rosie Heaton

Os compromissos partilhados pelos participantes foram, por exemplo: “estar sempre consciente do meu papel como parte da criação e cuidar dos outros à minha volta”, “propagar a mensagem da Laudato Si’ e da conversão ecológica a tantos jovens quantos eu puder”, ou ainda “comprar e andar mais de bicicleta” ou “comer menos carne” e “inspirar a mudança e fazer ouvir a voz dos pobres”.

Os participantes reflectiram sobre a solidariedade com os povos afectados pelas alterações climáticas. Susannah do povo Sáminuorra da Suécia disse: “Nós ganhamos forças para o comprometimento por estarmos juntos e pelo apoio mostrado por pessoas que partilham as nossas preocupações; por não sermos os únicos a lutar e a sofrer. Também por sabermos que indo à frente podemos inspirar outros a fazer o mesmo.”

Ativistas de toda a Europa aprenderam uns com os outros durante o dia espiritual © Rosie Heaton

As mensagens de solidariedade dos participantes para os vulneráveis são especialmente relevantes no Dia dos Direitos Humanos, 10 de Dezembro, que este ano coincidiu com o 70º aniversário da  Declaração Universal dos Direitos do Homem. Esta ocorrência é muito significativa, lembrando a todos – em especial às Partes em negociação nestas conversações do clima – que as alterações climáticas são uma ameaça para os meios de subsistência e o gozo de direitos humanos, tal como o direito a comida, água, saúde e habitação adequadas. Por outro lado, as medidas adoptadas pelos governos para encarar as alterações climáticas, devem assegurar que os direitos humanos são cumpridos. Por exemplo, a participação pública significativa das comunidades afectadas é essencial em todas as etapas (criação, implementação e avaliação) das políticas e programas para o clima.

Apenas com uma semana até ao fim conferência sobre alterações climáticas, os voluntários esperam que a COP24 encerre com compromissos substanciais de solidariedade com as populações mais vulneráveis afectadas pelas alterações climáticas e com um plano claro e ambicioso para a implementação do Acordo de Paris.

Entre 6 a 10 de Dezembro de 2018, uma delegação de 100 jovens voluntários juntou-se em Katowice para uma “Ágora” organizada pela campanha da CIDSE sobre estilos de vida sustentáveis: “Change for the Planet – Care for the People”. Mais informação sobre as actividades da CIDSE durante a COP24 em Katowice pode ser encontrada aqui.

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