Intercâmbio entre Portugal e Cabo Verde

25 Mai, 2019

Intercâmbio entre Portugal e Cabo Verde

by Ana Rial e Inês Santos

Este LusoFonias conta a história de um intercâmbio entre Portugal e Cabo Verde. A Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, e a Escola Secundária da Ilha da Boa Vista, em Cabo Verde, estão ligadas pelo projeto “Rota dos Livros”, que promove a leitura e a cooperação entre os alunosDepois de várias iniciativas à distância, no início deste mês um grupo de alunos do Porto esteve em Cabo Verde para uma semana de missão e partilha. Foram convidadas do programa uma das alunas, Inês Santos, e também a coordenadora do projeto, Ana Rial.

Na opinião do P. Tony Neves – ‘De Luanda a Malanje’

Luanda abriume os musseques de par em par para eu entrar e ali partilhar aMissão que os Espiritanos vivem há muitos anos. O Prenda e o Rocha Pintosão ‘bairros’ muito pobres, a abarrotar de genteque fugiu à guerra e encostou à capital, sempre à procura de oportunidades que, na maioria dos casos, não surgiram. Há milhares e milhares de pessoas, na sua maioria crianças ejovens, que vivem ali nas suas casas pequenas, sem ruas asfaltadas, sem água canalizada nem esgotos funcionais, sempre à mercê de malárias e cóleras que, ciclicamente, fazem as suas vítimas. Mas estes bairros são, sobretudo, espaços de vida de gente boa, lutadora de manhã à noite e, regra geral, com uma Fé muito praticante. Assim, pude animar formações de ‘justiça e paz’ com dois grupos da Paróquia de S. Pedro do Prenda e um outro da Senhora da Paz, no Rocha Pinto. E, no domingo, presidi a uma Missa com largas centenas de pessoas no Prenda e participei no almoço da festa daParóquia da Senhora da Paz. O trabalho pastoral que os Espiritanos ali coordenam é de enorme dimensão.

De Luanda rumei a Ndalatando, a cidade que nasceu com o nome de Salazar. A antiga Missão é hoje a Catedral da Diocese e ali trabalham, desde sempre,os Espiritanos. Pude participar numa longa e muito animada Procissão daSenhora de Fátima que percorreu caminhos apertados de terra batida num dos musseques até chegar à ‘cidade colonial’ e terminar na Catedral. No dia seguinte, presidi à Missa na catedral, cheia de gente e animei mais umasessão de ‘justiça e paz’, contando com a presença dos missionários vindos das Missões dos Dembos e do Golungo Alto.

Kalandula, a antiga Duque de Bragança, famosa pelas monumentais quedasdo Rio Lucala, acolheume de seguida. Depois da obrigatória ‘sessão fotográfica’ em cima das pedras por onde passa a água antes de cair… pude reencontrar missionários e missionárias que chegaram a Angola há mais de 50 anos, como é o caso do P. Manuel Viana e da Irmã Joaquina, das Dominicanas do Rosário. O exercício de sentar e ouvir histórias enche a alma de quem quer que passe.

Malanje era fim de linha antes de um regresso a Luanda para rumar a sul. Ali,os momentos de encontro com missionários, jovens candidatos ao sacerdócioou á vida religiosa, professores, leigos comprometidos, jovens… foram demuita riqueza, pela esperança que se lê em cada palavra e cada olhar.

Andar sempre de carro traz a vantagem de longas viagens e conversas plurais.Também enche os olhos da beleza das paisagens. Permite avaliar o desenvolvimento em curso e as debilidades que ainda se notam. Proporciona encontros com muita gente. Os pontos de chegada e de partida, Missões Espiritanas, permitem perceber o momento que Angola vive, a esperança que toma conta deste povo, mas também as angústias que as pessoas trazem no coração.

Depois deste norte, avanço para sul: Benguela, Lobito, Huambo, Chinguar,Kuito, Lubango.. serão as próximas etapas desta ‘peregrinação’ por terras de Angola.”

Tony Neves, em Angola

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