Assinalamos a entrada na década do clima, 2020-2030, na qual, segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), tudo deve ser feito para evitar a subida da temperatura média acima de 1,5°C, de modo a evitar efeitos duradouros e irreversíveis, como a perda de ecossistemas, biodiversidade e fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes. Como antecipação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris, na Encíclica Laudato Si (2015), sobre o Cuidado da Casa Comum, o Papa Francisco apresenta de forma clara o desafio que temos em mãos e para o qual pretendemos contribuir com este trabalho. Importa insistir que as consequências danosas dos estilos de vida, produção e consumo afetam a todos, mas importa ainda mais procurar que as soluções sejam propostas a partir duma perspetiva global e não apenas para defesa dos interesses de alguns. A interdependência obriga-nos a pensar num único mundo, num projeto comum. Para isso, é necessário aprofundar a consciência da nossa interdependência e da necessidade de intervenções integradas, interdisciplinares, intersetoriais, multiatores (sociedade civil, decisores políticos, academia, setor privado) e multinível (pessoal, local, regional, nacional).