Os Europeus, a Agricultura e a Política Agrícola Comum (PAC)
Os últimos dados do Eurobarómetro sobre os “Os Europeus, a Agricultura e a PAC” são bem claros: os Portugueses consideram que na UE, a agricultura e as áreas rurais são muito importantes. Sobre a situação nas áreas rurais, comparando com há 10 anos atrás, os portugueses já não se revelam tão animadores… 33% consideram que o crescimento económico e o emprego pioraram, contra os 37% que asseguram que houve melhorias. Também em relação ao meio ambiente e a paisagem, 49% dos portugueses consideram que a situação piorou. Números que revelam o impacto da tragédia em Portugal dos incêndios de 2017. Aliás, um dos grandes objetivos da PAC é garantir que os agricultores são incentivados a desempenhar o papel que lhes compete na luta contra as alterações climáticas e a proteger o ambiente e a biodiversidade, assim como a reduzir a degradação dos solos e garantir uma utilização mais sustentável dos pesticidas e dos fertilizantes. Os dados revelam igualmente que 71 % dos Portugueses conhecem a PAC, sem no entanto conhecer esta política em detalhe. Quanto à dimensão em que os assuntos relacionados com a PAC devem ser abordados, existe um grande equilíbrio entre a dimensão europeia e a dimensão nacional, sendo que a dimensão local revelou dados pouco expressivos. Os portugueses também concordam que, de facto, a PAC , beneficiou todos os cidadãos europeus e não apenas os agricultores . Um dos pontos menos positivos revelados por este Eurobarómetro é o desconhecimento que os portugueses têm sobre rótulos de qualidade. 54% dos inquiridos afirmam não conhecer nenhum rótulo de qualidade, a título de exemplo apenas 8% dos inquiridos conhece o selo de comércio justo. O Eurobarómetro não faz qualquer tipo de pergunta aos inquiridos sobre o seu conhecimento sobre o impacto da PAC na vida de milhares agricultores nos países em desenvolvimento. No entanto, esta é uma ligação direta. Vários instrumentos de política agrícola europeia visam proteger o setor agrícola europeu contra as importações a baixos preços e as flutuações dos preços internacionais, o que permite à UE exportar produtos agrícolas a preços bem abaixo dos custos de produção, o que por seu lado afeta o crescimento e a distribuição da rendimentos nos países em desenvolvimento, tais como subsídios à exportação, pagamentos diretos e tarifas. Tendo em conta que a fome afeta principalmente as áreas rurais dos países em desenvolvimento, onde vivem 70% a 80% das pessoas subnutridas do mundo, a dinamização da agricultura em pequena escala é fundamental para superar a fome e a pobreza global e a PAC tem aqui um papel fundamental na promoção da segurança alimentar mundial, e não apenas europeia.
Saiba mais em: sítio Web do Eurobarómetro e neste sítio Web
Foto: agroportal
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