300 Jovens Recebem Bolsas para Formação Técnico-Profissional em Moçambique
Jovens de 10 bairros do distrito municipal de Nhlamankulu na capital moçambicana veem suas vidas a mudarem desde o início da semana em curso com a formação humana que começou a despertar um espírito de motivação e vontade de fazer algo em prol do seu futuro e não só. No lançamento do projeto, vários intervenientes, dentre os quais, parceiros de implementação, deram nota positiva à iniciativa da Khandlelo de criar soluções para o desenvolvimento juvenil através de oportunidades que culminam com o alcance de emprego ou condições para iniciativas de autoemprego.
Financiado pela Misereor, uma organização alemã, o projeto Balcão Jovem – Porta de Empregabilidade e Autoemprego Responsável no Distrito de Nlhamankulu cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do distrito beneficiário, através da integração de jovens na formação técnico-profissional, na empregabilidade e no tecido empresarial, está focalizado a formar igual número de homens e mulheres através de bolsas gratuitas nos quais se destacam a Formação em Habilidades Pessoais e Sociais; formação em Liderança e Empreendedorismo de Base Comunitária, formação técnico-profissional, só para dar alguns exemplos.
De acordo com o coordenador, Corsino Francisco Manhiça, o projeto foi desenhado para responder à procura de trabalho e emprego por parte da juventude de Nlhamankulu, olhando para as famílias mais vulneráveis como primeiros beneficiários e saber quem vive em condições mais precárias é percebido através de visitas domiciliárias dos jovens realizadas pela Técnica Social do Balcão Jovem.
Num outro desenvolvimento, Manhiça afirmou que “dos onze bairros que compõem o distrito municipal de Nlhamankulu, dez deles constituem a origem dos jovens que podem aderir aos trabalhos lá oferecidos, deixando de fora o bairro Malanga por não ter sido referido na altura da conceção do mesmo. Este projeto é implementado pela Khandlelo que é uma ONG nacional, mas financiado pela Misereor, tendo como parceiro a FEC – Fundação Fé e Cooperação e os SALESIANOS – Centro de Formação Profissional de São José de Lhanguene”. Numa espécie da radiografia do projeto, o coordenador deixou ficar que o grupo-alvo juvenil tem pressupostos de participação. Ou seja, devem ser jovens dos 16 aos 30 anos de idade e com um nível académico mínimo de sétima classe. Outra questão muito importante é que devem ser residentes num dos dez bairros aludidos acima.
Liderança local envolvida nas atividades do projeto
Em relação aos caminhos para o sucesso do projeto, Corsino Manhiça evidenciou o envolvimento da autoridade local, nomeadamente os secretários dos bairros envolvidos, tendo feito reuniões de apresentação em todas as secretarias na presença dos chefes dos quarteirões, aos quais tiveram a responsabilidade de difundir a informação nos jovens de sua área de jurisdição, os quais uma vez inscritos, têm a responsabilidade de informar seus líderes para qua haja transparência e se evite infiltrados.
Paralelamente a estes atores, outros intervenientes elencados pelo responsável dos projeto são as estruturas mais elevadas de níveis municipal e estadual.
Por exemplo, no dia do lançamento oficial do projeto, o município de Maputo esteve presente através da Vereação do distrito que enalteceu a Khandlelo como parceiro estratégico na concretização de seus planos de desenvolvimento através da assistência social às crianças, jovens e idosos, bem como a famílias vulneráveis, dando cesta básica e kits de higiene familiar. A vereação municipal da Juventude e Emprego, e o Instituto Nacional de Emprego (INEP) juntaram-se à fala do distrito, mostrando se abertos para a colaboração com o projeto durante os três anos da sua vigência e manifestaram o desejo de colaborar através da identificação de empresas que possam fornecer estágios profissionais bem como encomendar jovens formados nos projetos da Khandlelo, uma vez que os mesmos têm a vertente formação humana, responsável pelo bom comportamento no local de emprego.
A psicóloga da Khandlelo Rosalina Guambe, enalteceu o trabalho que se tem feito aos jovens no momento do envolvimento através da orientação vocacional para o mercado de emprego. Segundo a interlocutora, a vantagem da orientação psicológica é que ela cria condições para o autoconhecimento dos jovens pois isso ajuda-os a tomarem decisões sobre suas vidas, sobre cursos a escolher e sobre o tipo de negócios a implementar para aqueles que vão pautar pela área do autoemprego.
Vozes dos beneficiários
Porque o projeto está direcionado aos jovens, não teria sentido se eles ficassem por fora, sem oportunidades de intervir.
Foi neste espírito que a nossa reportagem, de forma aleatória pediu alguns jovens que estavam na formação humana para que deixassem ficar seus sentimentos. Lúcia Macamo, residente no bairro Chamanculo “D”, diz ter-se inscrito no projeto por ter falta de uma formação profissional, o que ria dificuldade para ela se projetar no ramo de emprego “é difícil sair e procurar emprego sem formação. A pessoa fica limitada pois não sabe por onde começar, dai ter vindo aqui para ter uma formação, abrir um pouco a mente, saber como começar para desenhar um projeto de um negócio”. Segundo
Lúcia, nestes dias que está a frequentar a formação humana, a sua forma de pensar já está a sofrer transformações positivas, e se sente mais focada, mais motivada. Lúcia Macamo chegou à Khandlelo com ideia de fazer eletricidade (algo que se recomenda, tendo em vista a emancipação da mulher), mas com a formação humana, está a mudar de ideia pois pensa no mercado renhido e acredita que fazendo culinária, mesmo sem enquadramento pode fazer outo rendimento e depois prosseguir com curso dos seus sonhos.
Por sua vez, Tomás Hunguana de Xipamanie olha o Balcão Jovem como uma oportunidade de crescimento, mudança na forma de pensar e ajudar no desenvolvimento pessoal. A formação humana é para Hunguana um ótimo caminho para a mudança do comportamento e acredita que o seu sonho de fazer o curso de eletricidade industrial está perto de se realizar, mas está ciente de que deve se aplicar devidamente e não poupar esforços para que atinja o sucesso almejado. Já a Tânia José Francisco que vice no Chamanculo “A”, que estava a ficar em casa sem fazer nada, o projeto pode ser uma forma de aprender e passar os ensinamentos a outras pessoas, situação que percebe nestes dias de formação. Segundo a fonte, descobriu sobre ela mesma muita coisa que não sabia sobre si mesma e a estagnação em que estava já passou para o dinamismo e poderá sair com mais experiência para a vida.
Refira-se que a Khandleo – Associação para o Desenvolvimento Juvenil (ADJ) existe há mais de 20 anos e durante esse percurso já formou um número inimaginável de jovens desde a tenra idade e até os dias atuais continua a protagonizar esforços de sucesso para muitas famílias.
Notícia realizada por Hilário Mabota, Jornal Sábado (Moçambique).
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