COP 27: África exige Soluções Climáticas para as Comunidades Vulneráveis
Após a conclusão da primeira semana da COP27, líderes da Igreja Africana e organizações da sociedade civil preocupadas com as alterações climáticas reuniram-se para refletir sobre ações concretas para a defesa da justiça climática. A reunião aconteceu na Paróquia da Nossa Senhora da Paz, em Sharm El Sheikh, onde cerca de 30.000 pessoas estão a participar nas discussões sobre o clima.
“As alterações climáticas são uma realidade vivida por milhões de pessoas em toda a África. Comunidades em todo este continente estão a sofrer todos os dias com o aumento da frequência e da intensidade de secas, inundações, ciclones e ondas de calor. Um acordo na COP27 deve incluir financiamento para Perdas e Danos, que é uma compensação para países que sofrem com os impactos climáticos, mas não são responsáveis por causá-los“, afirmou o Cardeal Ambongo, Arcebispo de Kinshasa e Vice-Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM).
Para Musamba Mubanga, Diretor da área de advocacia da Caritas: “As instituições católicas em todo o mundo já estão na linha da frente da crise climática, ajudando pessoas de todas as religiões ou sem religião a adaptarem-se e a recuperarem das mudanças climáticas. Membros da Caritas em todo o mundo já estão a observar o impacto devastador que a crise climática está a ter no acesso à alimentação em partes do mundo já famintas. A COP27 deve estabelecer um mecanismo democrático para a governança da agricultura, da terra e de sistemas alimentares sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas“.
Os participantes deste encontro tiveram a oportunidade de discutir temas como o financiamento climático, a segurança alimentar, as falsas soluções e a Bacia do Congo, migração forçada e Perdas e Danos, adicionado pela primeira vez à agenda das negociações. Para além disso, refletiram sobre os Diálogos Africanos sobre o Clima, uma iniciativa que reúne Igreja e sociedade civil, incluindo comunidades e líderes religiosos de todo o continente africano e de organizações europeias, para discutir sobre as realidades africanas da crise climática. Esses diálogos resultaram num comunicado que inclui as principais mensagens recolhidas ao longo das cinco sessões que ocorreram entre julho e setembro deste ano.
“A crise climática é fundamentalmente uma questão de justiça e de paz. Não pode haver paz se poluidores continuam a lucrar com a destruição climática enquanto as pessoas sofrem, e não pode haver justiça sem a promoção de soluções de paz para as mudanças climáticas. A COP27 tem de concordar com um pacote de ação que financie as pessoas que necessitam urgentemente desse financiamento na linha da frente desta emergência“, comentou Ben Wilson, Partner Advocacy Officer da SCIAF, organização escocesa membro da CIDSE e membro da Direção do Comité dos Diálogos Africanos sobre o Clima.
David Munene, gestor de programa na Rede de Jovens Católicos pela Sustentabilidade Ambiental em África (CYNESA) também apontou: “Não se pode planear o futuro dos jovens sem jovens na mesa da tomada de decisão. Os jovens, especialmente em África, estão a ser fortemente atingidos pelos efeitos prejudiciais das Perdas e Danos, no entanto não são responsáveis pelo seu futuro roubado. A COP27 – a tão chamada COP de implementação – deve comprometer-se unanimemente a evitar mais destruição e a estabelecer um mecanismo intergeracional de cura e de compensação das Perdas e Danos induzidos pelo clima para as nações e jovens vulneráveis“.
Membros da Igreja e organizações da sociedade civil estão focados no trabalho em conjunto que desenvolverão durante esta segunda semana de negociações para garantir um acordo que responda aos pedidos daqueles que já sofrem com os impactos climáticos em todo o planeta.
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