Organizações Católicas na COP28 pedem a eliminação dos combustíveis fósseis

12 Dez, 2023Europa, Geral, homepage

As redes internacionais de organizações católicas de justiça social, Caritas Internationalis e CIDSE (integrada pela FEC), exortam os negociadores e líderes mundiais presentes na COP28, que hoje termina no Dubai, a trabalhar por um acordo justo e ousado que garanta a eliminação gradual de todos combustíveis fósseis e que coloque o planeta no caminho certo para alcançar o Acordo de Paris, permitindo o apoio financeiro às comunidades afetadas pelas alterações climáticas.

O Papa Francisco transmitiu uma mensagem clara aos participantes da COP28 de que “o aquecimento global coincidiu com um declínio geral do multilateralismo, acompanhado por uma crescente falta de confiança na comunidade internacional“. As agências católicas presentes na COP28 lançaram um apelo aos líderes mundiais para que prestem atenção a esta mensagem e garantam que a conferência apresenta um caminho claro que renove a esperança e crie confiança na diplomacia climática global. No entanto, advertem que tal exigirá um aumento significativo da ambição, uma mensagem clara de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a afirmação de que a ação climática deve ser liderada pelos países com maior responsabilidade histórica.

Josianne Gauthier, Secretária-Geral da CIDSE, afirmou: “Os decisores na COP28 devem concordar unanimemente em eliminar inequivocamente os combustíveis fósseis e estabelecer um plano abrangente para analisar os progressos em relação ao Acordo de Paris no futuro. O compromisso com o objetivo de 1,5ºC deve orientar os esforços nacionais, apoiados no rigor científico, no respeito pela dignidade humana e na adesão ao princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas e das respetivas capacidades. Com um Global Stocktake (GST) robusto, o Acordo de Paris pode voltar ao bom caminho”.

Alistair Dutton, Secretário-Geral da Caritas Internationalis, afirmou que: “A criação do Fundo de Perdas e Danos no primeiro dia da COP28 foi um feito histórico. É o resultado dos esforços incansáveis de numerosas partes e é uma história de sucesso na diplomacia multilateral. No entanto, agora é necessário chegar a acordo sobre os pormenores. A COP28 tem de definir o nível de financiamento necessário para as perdas e danos económicos e não económicos e estabelecer uma via clara no âmbito do GST para avaliar regularmente e reforçar a ação global para resolver o problema“.

“Quando nos envolvemos em perdas e danos, precisamos de uma abordagem muito mais holística e programática que comece com um envolvimento sincero e profundo e avaliações participativas com as comunidades. O fundo de perdas e danos deve ser holístico, específico para cada contexto, liderado localmente, determinado localmente e acessível localmente”, acrescenta.

Como afirmou o Papa Francisco no seu discurso aos líderes políticos na COP28, “o objetivo do poder é servir. É inútil agarrarmo-nos a uma autoridade que um dia será recordada pela sua incapacidade de agir quando era urgente e necessário fazê-lo. A história agradecer-vos-á. A história ficar-vos-á grata”.

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