Não deixar ninguém para trás!
Decorre de 9 a 13 de Outubro o Comité de Segurança Alimentar Mundial, com foco em nutrição, silvicultura e urbanização. A FEC, no âmbito do projeto Mundo à Mesa, integra o conjunto de organizações da sociedade civil representadas.
O número de pessoas que passa fome aumentou em 2016 (cerca de 815 milhões de pessoas). Paradoxalmente, há cada vez mais adultos e crianças obesos, realidade generalizada em todos os países, independentemente do índice de desenvolvimento. São apontadas três causas principais: o aumento dos conflitos armados, as alterações climáticas e a disparidade económica e social entre zonas rurais e urbanas.
Esta realidade exige esforços mais concertados e eficientes de todos (governos, setor privado, sociedade civil, ciência, agencias das nações unidas) para alcançar sistemas alimentares sustentáveis, no quadro da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis.
Por outro lado, as organizações da sociedade civil denunciam com grande preocupação a criminalização crescente sobre ativistas dos direitos humanos, nomeadamente nas questões do direito à terra, água e sementes. Exigem também o respeito pelos direitos humanos e especificamente do direito humano à alimentação nas zonas de conflito.
“Como o relatório SOFI 2017 afirma, a situação das crises alimentares crónicas em muitos países e regiões agravou-se gravemente este ano, com quatro países à beira da fome. Isso é inaceitável e exige a responsabilidade coletiva de todos os governos, organizações e povos. A fome não ocorre instantaneamente, leva anos para se desenvolver e a ação política e humanitária precoce é extremamente crítica para prevenção e mitigação. Não podemos enfrentar as crises alimentares e erradicar a fome, sem abordar as suas causas profundas. A insegurança alimentar deriva tipicamente de fatores estruturais e políticas que marginalizam os sistemas alimentares locais e os pequenos produtores de alimentos e promovem o aumento da concentração do poder corporativo.
Durante o conflito, a insegurança alimentar é exacerbada. De acordo com o SOFI 2017, cerca de 60% da fome mundial está em áreas onde há conflito (…) Para as comunidades que estão com extrema necessidade de assistência alimentar, a resposta tardia aos sistemas de alerta precoce, incluindo assistência humanitária e pressão política e diplomática, resulta no agravamento da insegurança alimentar, disseminação de doenças e perdas humanas. ” (declaração de representante do Mecanismo da Sociedade Civil na sessão plenária).
José Graziano da Silva, Diretor-Geral da FAO, reforçou que “o cumprimento da Agenda 2030 depende crucialmente do progresso das áreas rurais, onde é onde a maioria da população pobre e com fome”. Resolver a fome exige acabar com estratégias fragmentadas de resposta. Exige também enfrentar e regular os jogos de poder a dominar os sistemas alimentares.
O dia mundial da alimentação 2017, que se celebrará dia 16 de outubro e que contará com a visita do Papa Francisco à FAO, tem este ano como tema “Mudar o futuro das Migrações, investindo em Segurança Alimentar e Desenvolvimento Rural”. Em 2015 havia 244 milhões de migrantes, mais 40% do que em 2000. Em 2013 estimou-se em 763 milhões o número de deslocados internos, dos quais 1/3 tem entre 15 e 34 anos e mais de metade são mulheres. Grande parte dos migrantes vem de zonas rurais. Mais de 75% dos pobres e da população que padece insegurança alimentar no mundo, dependem da agricultura e dos meios de subsistência baseados nos recursos naturais.
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