Democracias em Crise: Vozes Unidas pela Justiça Global

8 Mai, 2024Europa, Geral, homepage, Portugal

Nesta quarta-feira, dia 8 de maio, os diretores de todas as organizações membro da CIDSE – Família Internacional de Organizações Católicas de Justiça Social assinaram uma declaração conjunta que tem como título “Democracias em Crise: Vozes Unidas pela Justiça Global”: um convite aberto a todas as pessoas que habitam a “nossa casa comum” para demonstrar responsabilidade, solidariedade e esperança nos processos eleitorais que vão acontecer, um pouco por todo o mundo, nos próximos meses.

Este ano, mais da metade da população mundial testemunhará resultados de processos eleitorais que vão moldar a trajetória de muitos países e regiões nos próximos anos.

Num mundo onde os interesses geopolíticos têm conduzido à violência, onde os sistemas democráticos são afetados pelo surgimento do extremismo e onde, apesar da urgência ecológica, continua a faltar uma transformação nos sistemas económicos e sociais, os diretores destas organizações, juntamente com as comunidades com as quais trabalham, apelam a uma verdadeira reflexão sobre o que está em jogo nestas eleições que vão acontecer um pouco por todo o mundo, questionando, por exemplo:

Até quando toleraremos, como família humana, um controlo global e uma produção e distribuição de poder e riqueza injustos?” ou “Até quando a perda de biodiversidade causada pelos seres humanos que vivem além dos limites planetários continuará a ser ignorada?

Nesta declaração conjunta, é ainda destacada a importância de ouvir todos aqueles que mais sofrem com as falhas do atual modelo económico, social e político, dando-lhes o direito de influenciar e participar no processo para um futuro de maior solidariedade, justiça e paz.

Este é também um apelo ao voto e um incentivo para que todos os que têm esse direito o exerçam, envolvidos e conscientes das realidades complexas que enfrentamos, pedindo aos líderes políticos soluções concretas que:

  • Desafiem a implementação de políticas que respeitem a igualdade de género;
  • Apoiem leis que reflitam um verdadeiro multilateralismo, de forma a transformar os sistemas económicos e políticos, com vista ao bem comum e à dignidade humana;
  • Promovam os Direitos Humanos, assim como os seus defensores, exigindo que os governos e organismos internacionais os adotem, respeitem e façam cumprir;
  • Ouçam e apoiem comunidades e organizações do Sul Global na sua luta por justiça e dignidade e garantam a sua justa participação e igualdade nas tomadas de decisão;
  • Defendam a justiça climática e a biodiversidade e rejeitem falsas soluções.

Na Europa, como em qualquer outro lugar do mundo, apelamos a todos os cidadãos para que defendam a justiça, promovam o bem comum e protejam os direitos de todos, especialmente as vozes mais marginalizadas, silenciadas e vulneráveis da nossa família humana, e apelamos aos políticos para que as ouçam”.

Lista de signatários desta declaração:

  • Lieve Herijgers, Broederlijk Delen, Bélgica
  • Christine Allen, CAFOD, Inglaterra e País de Gales
  • Inès Minin, CCFD–Terre Solidaire, França
  • Josianne Gauthier, CIDSE, Internacional
  • Heleen Van den Berg, Cordaid, Países Baixos
  • Carl Hétu, Development & Peace, Canadá
  • Axelle Fischer, Entraide et Fraternité, Bélgica
  • Daniel Fiala, eRko, Eslováquia
  • Bernd Nilles, Fastenaktion, Suíça
  • Anja Appel, KOO, Áustria
  • Jorge Libano Monteiro, FEC, Portugal
  • Paolo Chesani, Focsiv–Volontari nel Mondo, Itália
  • Ricardo Loy, Manos Unidas, Espanha
  • Susan Gunn, Maryknoll Office for Global Concerns, EUA
  • Pirmin Spiegel, MISEREOR, Alemanha
  • Denise Richard, Partage Lu, Luxemburgo
  • Lorraine Currie, SCIAF, Escócia
  • Caoimhe de Barra, Trócaire, Irlanda
  • Marc Bollerman, Vastenactie, Países Baixos

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